Republicação seleta (e levemente aperfeiçoada) dos textos de eutenhoumblog.blogger.com.br, blog que mantive dos 16 aos 19 anos, de 2003 a 2006. A ideia é que a repostagem seja na mesma data anterior (dia e mês, apenas dez anos depois). Nos comentários, eu falo do que me lembro da época em que escrevi, e avanço. Pra que o meu eu de então fique contente.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Freddy vs. Jason

Filme de terror antigo padrão. Assassinos vêm e matam gente pra caramba, depois apanham muito e desaparecem até a próxima sequência. Isso todas as pessoas poderiam esperar. Surgiam algumas teorias em volta de mim: "Vão apostar o número de corpos", "Vão se tornar amigos no final". Claro, afinal, nenhum deles poderia vencer, para não deixar uma parte dos torcedores aborrecida. Isso era consenso.

Bom, os incomodados que se mudem.

Porque eles tretam, cara. Apanham um do outro, pra caralho. Descobri que, em sonhos, Krueger é praticamente o Neo, e me perguntou como seria um crossover. Descubro que Jason não cai, mesmo que apenas o seu nariz seja a única parte do corpo que sobre.

Veja o título: Versus. Novamente: Versus. Isso mesmo. Então eles tretam, e fodam-se todos os humanos que estiverem no caminho.

A premissa é simples: Freddy foi esquecido pelos moradores da Rua Elm. Ele vai pro inferno, vê Jason e resolve utilizá-lo como lembrete de si a todos. Simples: Jason mata e ele ganha a fama, logo, o medo, logo, o Poder, novamente.

Só que Jason não pára de matar.

3,50 gastos agradavelmente. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva

Talvez, só talvez, o nome do autor esteja errado. Não me lembro do nome do meio, mas posso me lembrar perfeitamente de sua história. Porque o livro conta da história de sua vida. É um história auto-biográfica.

Marcelo é um jovem normal, lá pelos seus vinte anos. Certo dia, ele resolve beber um pouca mais (leia: bastante) e fumar um tanto de marijuana, e, ainda sob os efeitos dos ingredientes citados, mergulha num rio. Ele acaba sofrendo um acidente, medula, quinta cervical - foram pro saco.

A história narra, da UTI, passando pelo hospital e a recuperação em casa, como ele se deu com isso. Todos os amigos e parentes têm história, assim como nossos amigos e parentes. Teve amores perdidos, sucessos passados, frustrações acumuladas, amuletos em forma de gente. Aliás, teve amores, sucessos, frustrações e amuletos, assim como nós.

Marcelo é filho de um homem que foi pego pelo repressivo governo da época em que viveu (perceba como eu tergiverso bem: quase não se percebe que não me lembro do nome do pai, tão pouco da época), então a história passa por isso, e como a família jamais descobriu o paradeiro dele, em meio há histórias de tortura e versões falsas trocadas por outras também falsas.

É um livro que fala de Lula, Jesus Cristo, PT, vida, morte, tristeza, nostalgia, fatalidade, destino. É uma vida, e possui esses elementos - e só não é comovente, como diz a sinopse da contra-capa, porque é comum a todos. Não é clichê, porque é como a de todos nós.

Isso me lembra de algo dito em "Deuses Americanos", pelo protagonista: "Sabem, acho que prefiro ser homem a ser Deus. A gente não precisa que acreditem na gente. A gente vai seguindo em frente de qualquer jeito. É o que fazemos".

domingo, 20 de outubro de 2013

Violação de Conduta

Basic, em inglês, é o filme com o John Travolta e o Wesley Snipes. 

A história é a seguinte: alguns soldados vão treinar como o general na floresta. Só dois soldados voltam, porque todos os outros estão mortos. Um dos soldados fala pouco sobre o acontecido e o outro exige alguém do exército para que fale. 

É aí que entra o John Travolta. 

Então o filme entra numa de "vamos confundir quem está assistindo"; Ele é contado todo em flashbacks. Neguinho conta uma versão aqui ("Heheh, o filme é isso"), o outro desmente ("Uh, ou talvez isso"), neguinho apanha e conta uma história diferente ("A-ha! Tapiei! É isso, ó!"). Seguem-se dezenas de flashbacks contando a mesma cena na selva, até que se chega a versão supostamente verdadeira. 

Para, logo após, mostrar que era tudo mentira e ter o final nada bombástico do filme. 

É como um Confuse de FF9. Você fica girando e girando, ataca todo mundo, depois vê de que lado está e ponto final. 

3,50 gastos com diversão morna.

Estado físico e emocional

Câmbio, quarta marcha, ré. Embreagem, volantes - grandes porcarias, não sei dirigir. Sei fazer poucas coisas, e as faço mal. Súbito canso do meu modo de escrever, e, sendo assim, que estou fazendo aqui? Não é divertido — pontos desejados me tiram, e aí então me dão o que não quero.

Tenho quartos, tenho móveis, tenho telefones. Tenho o sol, tenho a lua e todas as estrelas são minhas. Mas tudo o que eu quero é tempo, um discman, um PC, talvez um livro, talvez alguém... alguéns se é que essa palavra existe, se é que essa afirmação faz sentido. Existe tudo o que tenho, existe tudo o que não acredito, existem tantas coisas, existe a verdade, existe o mito.

Tenho pessoas, tenho afeições, tenho amigos que são como irmãos e irmãos que são como portas.

Ganho promessas, entrego confiança, não há troco, pego balas de traição. Dou meu silêncio, falo com os olhos, recebo tudo o que preciso e nem ao menos posso dizer "Eu gosto", com sinceridade.

Vejo o poder das coisas, vejo que são fortes o bastante para me derrubar, e só me deixam levantar para tornar a fazer-me cair. Não sei usar os pronomes, não sei usar adjetivos sem parecer que estou puxando o saco. Não obstante, admiro, e mostro que admiro. Mas, vagamente, fracamente, encolhido, escondido e pronto para negar.

Negar. Nego... um, dois, três... não, não, não! Revoluções, eu as gostaria de ter, mas temo que as coisas mudem; gostaria de lutar pelas coisas, mas não sei quais coisas as coisas são. Não sei o que sou, não sei o que fui, e sem ser nada, não faço idéia do que serei, ou do que quero ser.

Posso ir a parques, posso ir ao céu, posso comer ambrosia, posso atirar em meus pés e ver o sangue escorrer. Tenho poder infinito e não enxergo o infinito: eu enxergo o meu umbigo. Apenas. Eu canto o que eu sinto, só escrevo o que entendo, cada palavra é confusa pra qualquer um que não esteja na minha cabeça.

Chaves, ferramentas, machados, árvores. Grandes porcarias.

domingo, 6 de outubro de 2013

Minha palavra é:

Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não.

E digo mais: não, não, nao, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não.

Blá, blá, blá, vá viver sua vida.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Explicação

Bom, vamos tentar novamente. Dessa vez, com calma.

Pessoa, eu odeio você. Sabe como é? Odeio. Não me peça nada, não me fale nada, nem ao menos procure contato.

É isso.

Dessa vez, acho até que vou desenhar.

seconds ago...

Minha mente sussurrou-me ao pé do ouvido: "Ei, sabe o que descobriram? A verdade. Dizem que é boa, funcional, bastante necessária. Que tal começar a usá-la?"

Entenda, se puder - hehehe, e isso não é possível

Bem, cá estamos, eu e você. Enfadonho. Por que não vai embora? Ah sim, vim pra te ver. Mas já te vi, e os olhos cansaram - e já sabem todos os ângulos possíveis, não mais interessam-se por eles - e os seus olhos tratam de mesma forma aqueles que cansaram-se.

Blá blá blá, papo romântico e estúpido.

Time for the rock n'roll! - Tal como se usa distorção, troque as palavras acima, ponha um pouco de emoção - conseguirá coisas como: cala a boca! seja interessante, por favor; ou, hey, será que poderia simplesmente estar presente ou me deixar essa simples tarefa? Os entretantos e contextos dos demais empreendimentos de um relacionamento enchem o saco.

Pergunta simples, moça: posso ficar sozinho em sua companhia?

Não? Obrigado, era tudo o que eu queria saber. Adeus, quem sabe um dia...

Não, melhor não.