O homem, num smoking, caiu no chão após três segundos — e havia um buraco na vestimenta, onde ele tinha sido golpeado. Sangrava. Gemendo, levantou-se com esforço. Um outro homem no lado oposto sorria. Não era felicidade que havia em seu rosto. Era cinismo. Um dos braços permanecia estendido, uma mão ainda aperta.
O brilho no vidro movera-se, energético, rasgara o chão em duas retas paralelas e entrara no corpo do homem.
"Posso energizar esse tipo de coisa. Não quebram até que tenham servido aos meus objetivos...", ele exclamou, "O efeito é muito melhor quando se usa coisas maiores. Isso foi só uma amostra."
"Não vai...", bradou o outro, tremendo, com a mão sobre os ferimentos, "Me vencer assim tão fácil!". Os olhos. Foi algo imperceptível. De castanho ao azul. Adrenalina. O coração do homem disparou. Tremia agora pelo distúrbio nervoso. Suas mãos começaram a se aquecer.
"Pensa que isso pode me derrotar?". Cinismo. Abaixou a mão, juntou o indicador e o médio, levou-os até a boca. Como um beijo, mas não era um beijo. Uma espécie de catalizador. Os dedos se moveram conforme os lábios se abriram e fecharam.
Silêncio.
Foi como se tudo parasse no organismo dele. O calor. A velocidade. O tremor. A dor. Toda e qualquer vontade, a santa vontade necessária para fazer as coisas mudarem no Éter. Sua boca secava, suava frio e não conseguia falar. Não faria magia tão cedo.
Concluiu que estava morto.
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