O décimo-segundo dia de treinamento foi aquele no qual eu aprendia a usar o fogo. Não como uma pessoa normal, um mero humano; meu mestre, um mago, me ensinaria a retirar o elemento do nada.
"A primeira coisa que tem que saber é que não é simples" ele disse, "Já sentiu febre, rapaz? Pois nas primeiras vezes — e eu quero dizer alguns anos de bolas de fogo e explosões — vai sentir febre, e vai ser pior conforme aquilo que tente fazer. Seu coração vai bater mais rápido. Sua mão vai formigar, sua boca vai secar".
Hoje, vinte anos, ainda é o mesmo. Eu fecho os olhos, eles começam a arder, e meu corpo se aquece. As palavras do encantamento são ritmadas pelo meu batimento cardíaco, e é por isso que são ditas tão rápido. Começo a respirar com dificuldade alguns segundos depois, a sede aumenta gradativamente. Suor. E isso tudo no decorrer de vinte e oito segundos. Tempo para que eu faça o Éter a minha volta ser menos irreal — tornar-se meu combustível e meu meio — eu me lanço virtualmente por ele, e reajo com o ar.
O fogo é criado naturalmente. "Tem que fazer parecer fácil, para que todos que tentem o mesmo, não consigam. O caminho das pedras só é seguido pelos fortes; e, principalmente, descoberto pelos espertos".
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