Republicação seleta (e levemente aperfeiçoada) dos textos de eutenhoumblog.blogger.com.br, blog que mantive dos 16 aos 19 anos, de 2003 a 2006. A ideia é que a repostagem seja na mesma data anterior (dia e mês, apenas dez anos depois). Nos comentários, eu falo do que me lembro da época em que escrevi, e avanço. Pra que o meu eu de então fique contente.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach

Ilusões, do mesmo autor, é um dos melhores livros em que já pus os olhos, tive de lê-lo duas vezes para absorver (acho) tudo o que ele tem a oferecer. É impressionante como Fernão Capelo Gaivota e ele se completam, sem necessitar um do outro. 

A resenha do Trunkael sobre este livro não faz jus à obra. Não quero superar o tal texto, mas já que ele tratou a história do ponto de vista mais conciso possível, vou tentar fazer o inverso. 

Segundo o prefácio de Ilusões, o autor não gosta de escrever e só escreve quando um boa idéia lhe pega pelo colarinho e o obriga a pô-la no papel. Fernão Capelo Gaivota, então, fora uma boa idéia. Mas, pense comigo: ele tem lá sua boa idéia para mostrar, mas ela poderia se tornar extensa demais, e isso retiraria a atenção de que precisa. Então, ele fez uma parábola pequena, a história de uma gaivota. 

Uma gaivota que não acreditava que todas as gaivotas nasciam apenas para comer e voar para pegar mais comida. Uma gaivota que queria aprender a voar. 

São demonstrados alguns conceitos: limitações são prisões que nos impomos, estamos aqui para aprender e alcançar a perfeição - fazendo aquilo que queremos fazer - e cada aprendizado é passo adiante para outro mundo onde se pode aprender mais. 

Um erro que eu acho que posso encontrar em quem lê, é por a história acima da Terra, acima do Sol, envolta em mitos. Se é uma parábola, se é construída de metáforas, então ela deve ser compreendida, e não tornada uma deidade.
  
Vocês podem fazer o que quiserem, contanto que se esforcem um pouco para isso; não conseguiam nem segurar o lápis quando começaram a aprender, e, quando conseguiram, viram que era fácil. Como um outro degrau de escada, como um outro mundo do texto. 

Vocês podem ser o que quiserem, são idéias perfeitas, e a sua imagem realmente fica fluorescente quando crescem; já disse alguém que você é o que os outros vêem que você é, e a criança do exemplo acima, que aprende a escrever, considera o pai um ser extremamente inteligente - e poder-se-ia dizer que ele brilha para ela. 

E mesmo que as outras gaivotas não compreendam, continue.

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