"Só isso, Eastwood?", e os letreiros começaram a subir.
Sensação de vazio. Era pra ser um suspense. São dois elementos que levam a trama: primeiro, três garotos que escreviam seu nome no cimento da calçada são interpelados por um par num carro.
Aparentemente policiais, eles levam um garoto com eles. Quatro dias preso, molestado e tal. Certo. Segundo: garotos crescidos, esposas e filhos, a filha de um deles, de dezenove anos, é assassinada.
O segundo ponto devia levar a trama, digo, entre aspas, "trama". Porque não leva coisa alguma. É uma revelação aqui e outra lá, montando todo um caso sobre o pai de certo personagem, para trazer no fim um culpado que, dito no filme, não tinha razão alguma.
E a esposa do policial, que não falava nada no telefone, e no final fala. Só. Sei lá, pode ter havido alguma evolução intelectual e espiritual no policial naquele instante, mas pra mim foi só.
Vá lá, tenhamos esperança. O segundo ponto foi só para trazer relevância ao primeiro. O importante a se observar é a evolução dos personagens. Um garoto que era, aparentemente, o líder, torna-se policial, um que tinha medo do pai torna-se bandido dos bons, o terceiro, que foi levado, fica sequelado.
Mas é só isso. Eles nem continuam amigos. Não há uma relação a ser explorada. Os personagens não tem vida, eles são como marionetes: uma pintura interessante a primeira vista e tal, mas não basta. Em suma, o filme começa com quase nada, passa a quase pouca coisa e termina com coisa alguma. Um chiclete cinematográfico.
Gostei do termo. É meu, copyright 2004: chiclete cinematográfico. E só.
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