Esse aí, foi, até agora, o melhor livro do Machado de Assis que eu li. É uma história de uma vida, uma vida normal, com começo, meio e fim. É a história do Bento, o tal Casmurro, que queria casar com Capitu, que queria ser padre e não foi. Amigos, negócios, fazendas, seminários, contos.
E é nas minúncias da história, um canção aqui, um teorema qualquer de um qualquer lá, um modo de falar, um jeito de agir, que a história se torna familiar, e, mesmo acontecendo há alguns séculos, parece passar na sua esquina, agora. A vida, sendo ali, um jogo de interesses, um latifúndio de várias paixões e promessas - algum meio termo desses dois, ou nenhum deles.
Falando de vida, lembro-me de uma teoria que se passa no texto, e é mais ou menos assim: de que a vida é uma orquestra. O roteiro é de Deus, que o Diabo reaproveitou, e, sem ajuda financeira do primeiro, pôs pra rodar, conseguindo sozinho o necessário. Alguns dizem que os erros, ou quando a orquestra não se encontra, dá até um charme peculiar à obra...
A análise da vida das pessoas cabe muito bem à nossa, que por mais que mude continua a mesma na estrutura. E a obra é imortal, sim, agora que li, concordo.
(original)
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