É mesmo falha observar apenas o momento em que tal situação se torna decadente, ou deve-se ponderar sobre seu início, sobre seu meio e sobre seu fim, longa discussão de causas e efeitos, chegando às inevitáveis conclusões. Ou melhor seria apenas observar e retratar, de diferentes pontos de vista, com os quais poderíamos ao menos demonstrar a mais pessoas o que aparenta ser visto por tão poucos; uma só andorinha não faz verão, repetia-se aquele que tudo sabe mas tudo ignora. Mesmo que tantas andorinhas sozinhas tenham mudado tantas coisas - podemos citar exemplos sem número, e, quando os citamos, percebemos que eles não fizeram muito mais do que retratar.
Foi isso o que fizeram. Estavam lá, viram e disseram - união de alguns, como uma epidemia.
Messias agem como vírus.
Um comentário:
Esse é meu texto preferido desse começo de blog. A noção de que "retratar" basta para "modificar" talvez tenha me levado ao jornalismo, ou tenha me seduzido mais assim que o descobri formalmente.
A noção da transmissão de ideias como epidemia talvez seja o germe deste texto:
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3677&titulo=Discutir,_debater,_dialogar
O tema da andorinha, ele me retorna sempre. Na última formulação:
só a andorinha
solitária
faz o verão.
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